Sobre o artista:
"Depois de começar a fazer standup, fica sem saber de tudo o resto", diz Doug Stanhope. "Não há censores, nem patrocinadores para ofender, nem normas e práticas. É só você, e a gratificação é imediata."
A comédia confrontacional e sem filtros de Stanhope — duas vezes eleita "Melhor Espetáculo de Stand-Up" pela Time Out de Nova Iorque — mistura comentários sociais cáusticos, narrativas pessoais extravagantes e humor gráfico. Alimentado pela raiva, indignação e álcool, critica o declínio da civilização ocidental com uma sagacidade destemida, sempre à beira da implosão, mas com total controlo. O The Guardian chama-lhe "um idiota visionário" com "inteligência agressiva", e o The San Antonio Current apelida-o de "Charles Bukowski com piadas sobre pénis, embriagado e alimentado por Thomas Paine".
Ao contrário de muitos comediantes, Stanhope construiu uma base de fãs leais sem os grandes meios de comunicação. Enche os cinemas nos EUA e no estrangeiro, gravando o seu especial "Oslo: Burning the Bridge to Nowhere" na Noruega. O Denver Post elogia-o como "um crítico social astuto (ainda que confuso) e que diz a verdade". Os seus fãs, que vão desde médicos a arruaceiros, são extremamente dedicados — chegando mesmo a expulsar um plagiador da internet e até a negociar procedimentos médicos com ele.
Nascido em Worcester, Massachusetts, Stanhope começou no stand-up em 1990, enquanto trabalhava num emprego sem futuro em telemarketing. Inicialmente auto-intitulado "cara de piadas de cu com mullet", encontrou a sua voz em meados dos anos 90, transformando histórias reais em rotinas afiadas e significativas. O seu talento valeu-lhe vitórias no Concurso de Comédia de São Francisco de 1995 (vencendo Dane Cook) e no Prémio Strathmore Press do Fringe Festival de Edimburgo de 2002. Atuou no Just for Laughs, o Festival de Artes Cénicas dos EUA, e fez aparições infames, incluindo um espetáculo da BBC sob o efeito de ecstasy.
A comédia crua e sem rodeios de Stanhope levou-o ao The Howard Stern Show, ao Comedy Central Presents e ao Newswipe de Charlie Brooker. Foi co-apresentador do The Man Show por um breve período e teve uma participação infame em Girls Gone Wild, da qual se arrepende. No entanto, a sua prestação como comediante suicida em Louie foi amplamente elogiada.
Rejeitando a atração de Hollywood, Stanhope trocou Los Angeles por Bisbee, no Arizona, dando prioridade à liberdade criativa em detrimento do dinheiro da indústria. "Nunca tive um objetivo — tudo o que fiz foi por acidente. Limito-me a interpretar para mim próprio, e se consigo divertir-me, considero isso uma vitória."
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